"Sonho"
"Olho pela janela e vejo folhas secas no meu jardim, mas também vejo flores, o que quer dizer que há esperança.
À noite, admirando a lua, eu me espanto com o que sinto. Sei que não há como existir amor entre um astro que brilha à noite, e uma alma que anda só pelas ruas, e só brilha quando existe a luz do sol.
Amor impossível, inventado; talvez para me confortar, e saber que existe encanto num jardim de folhas secas, ou no luar de uma noite sem fim.
Tento me iludir, e tirar os pés da realidade; olho para o horizonte e começo a imaginar o que lá existe. Sombras. Luz.
E então choro, me desespero, pois me dou conta de que o encanto acabou. E que a vida continua, da onde nunca parou."
27 de mai. de 2011
26 de mai. de 2011
O Amor que não Existe
Tudo aconteceu muito rápido.
Eu estava vivendo. Estável. Inerte.
Não precisava de nada além do que eu tinha.
Não sabia o que era o amor.
E nem me interessava, amor era coisa de televisão.
Era uma coisa feita para todos, menos para mim.
E então um dia você surgiu, e eu nem lembro mais como.
Lembro da vergonha. Da inquietação. Das mãos suadas.
Mas você não sabia. E quando me abraçava, estava tão perto de mim quanto distante.
Eu lutava contra isso. Não tinha esperança. Mas algo em mim, não se importou com o meu realismo. Ignorou minha inteligência.
Então aprendi a conviver com esse sentimento, que tinha infectado a minha alma.
Estava tudo bem. Eu me torturando olhando o seu sorriso, e você nem desconfiando.
Mas uma onda veio, uma onda muito forte. E sem que eu percebesse, ela destruiu sem dó, o meu frágil castelo de areia.
Eu estava frente a frente com você, enquanto sua boca procurava a de outra pessoa. Seus braços, seguravam outra pessoa.
Sofri muito mais do que eu achei que fosse sofrer quando visse isto. E eu tinha certeza de que um dia veria.
Chorei sozinha, gritei por dentro, até cansar. Até o meu corpo não agüentar mais.
E o pior, era fazer de conta que nada tinha acontecido. Era ter de olhar nos seus olhos, buscando fazer a expressão mais normal possível. Era impedir que as lágrimas da minha alma, saíssem pelos meus olhos.
Depois de um tempo, você se foi da minha vida. E o machucado foi parando aos poucos de sangrar.
Mas depois de tudo isso, de tanto sofrimento mudo...
Eu ainda não sei o que é o amor.
Eu ainda acho que é coisa de televisão.
Eu ainda acho que é uma coisa feita para todos, menos para mim.
Porque descobri que o amor, só existe em toda a sua essência, quando vem de DUAS almas.
25 de mai. de 2011
Fantasmas do Passado
Sentimentos estranhos me assombram.
Os fantasmas do meu passado insistem em levar o que resta da minha lucidez.
Erros que não perdôo, perdas que não supero.
E este estranho gosto que está cravado em minha boca.
Gosto do sangue dos corações que ainda vou ferir.
Pensamentos errados, sentimentos impuros.
O mau que me segue é o mesmo mau que eu rejeito.
O mesmo mau que está descrito na essência do meu ser. Não é destrutivo. Não aos outros.
Sinto-me deslocada. Mas não me sinto mal por isso.
Não quero ser superior e nem inferior, mas sinto que sou diferente.
Sei que não é verdade, mas parece que as chagas do meu coração custam mais a curar; parece que minha alma sangra mais.
Sinto medo de que a vida, por pura mesquinhez, leve aqueles pra quem dei meu coração.
E tudo isso me assusta. Como se eu fosse uma espectadora da minha própria vida, esperando pra ver se a protagonista é vilã ou mocinha.
Um dia perdi o controle.
Olho para traz, vejo uma época da minha vida, onde hoje tenho certeza de que era feliz.
Parece clichê, mas eu era feliz e não sabia.
Eu caí feio na vida. Achei que tinha me levantado quase imediatamente. Mas a verdade é que o tombo foi tão grande, a dor tão forte, que eu não senti.
Mas ainda sou aquela menininha, ainda estou caída no chão. Sangrando. Chorando.
E me sinto culpada por isso.
Porque já não estou mais sozinha. A minha dor não é só minha. E eu não sei se eu sou o apoio ou a apoiada.
Me sinto culpada por ainda sentir essa dor, que o tempo ainda não curou completamente.
Porque sei que os momentos felizes estão em maior quantidade do que os tristes. E ainda sim são os tristes que me deixam embriagada.
Mas sei que serei salva. Que eu estou sendo salva.
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