Tudo aconteceu muito rápido.
Eu estava vivendo. Estável. Inerte.
Não precisava de nada além do que eu tinha.
Não sabia o que era o amor.
E nem me interessava, amor era coisa de televisão.
Era uma coisa feita para todos, menos para mim.
E então um dia você surgiu, e eu nem lembro mais como.
Lembro da vergonha. Da inquietação. Das mãos suadas.
Mas você não sabia. E quando me abraçava, estava tão perto de mim quanto distante.
Eu lutava contra isso. Não tinha esperança. Mas algo em mim, não se importou com o meu realismo. Ignorou minha inteligência.
Então aprendi a conviver com esse sentimento, que tinha infectado a minha alma.
Estava tudo bem. Eu me torturando olhando o seu sorriso, e você nem desconfiando.
Mas uma onda veio, uma onda muito forte. E sem que eu percebesse, ela destruiu sem dó, o meu frágil castelo de areia.
Eu estava frente a frente com você, enquanto sua boca procurava a de outra pessoa. Seus braços, seguravam outra pessoa.
Sofri muito mais do que eu achei que fosse sofrer quando visse isto. E eu tinha certeza de que um dia veria.
Chorei sozinha, gritei por dentro, até cansar. Até o meu corpo não agüentar mais.
E o pior, era fazer de conta que nada tinha acontecido. Era ter de olhar nos seus olhos, buscando fazer a expressão mais normal possível. Era impedir que as lágrimas da minha alma, saíssem pelos meus olhos.
Depois de um tempo, você se foi da minha vida. E o machucado foi parando aos poucos de sangrar.
Mas depois de tudo isso, de tanto sofrimento mudo...
Eu ainda não sei o que é o amor.
Eu ainda acho que é coisa de televisão.
Eu ainda acho que é uma coisa feita para todos, menos para mim.
Porque descobri que o amor, só existe em toda a sua essência, quando vem de DUAS almas.
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