6 de jun. de 2011

Meu Doce Sonho

Por que eu tanto me iludi?
Ah doce ilusão. Ah doce sonho.
O impossível me ostentava. Uma vida que não era minha.
Nem sequer existia.
Não! Não existia! E isso era o que mais me torturava.
Se ao menos fosse real...
Por muito tempo me sufoquei em projeções do seu ser.
Fugas da realidade.
Você era minha droga.
E então nada mais fazia sentido.
Eu estava sucumbindo ao desejo de te ter.
Você, meu terno personagem, que me acalentava a alma.
A miragem que meus olhos projetaram.
Queria acordar da vida real.
Sim, eu queria que a vida real fosse um sonho. Mas não era.
Tudo era pouco.
A sua perfeição me subiu à cabeça.
E de repente eu vulgarizava o defeito de todos.
Esses meros seres humanos, que me perturbavam a cada gesto.
Ah você!
Você era a sombra que me perseguia. E que eu amava.
Fui me apaixonar pela visão de um sonho.
Fui enlouquecer pela tentação do irreal. Do surreal.
O que mais eu poderia fazer?
Você me rendeu. E eu me entreguei completamente. Passei dos limites.
Foi difícil acordar.
Por que acordar, se o sonho é melhor do que sua própria vida?
Não fazia sentido para mim.
Eu queria olhar nos seus olhos, queria fazer parte da tua vida.
Uma vida de mentira.
Um conto que me parecia criado só para entorpecer o meu ser.
E a agonia das palavras! Essas eram o que me faziam ter raiva.
Ouvir as pessoas dizendo que era uma mentira, uma invenção.
Mas uma hora temos que acordar.
Uma hora temos que ouvir.
Mesmo que tudo esteja preto e branco, é o nosso próprio filme que temos que viver.
Mas ainda te quero. Ainda tenho recaídas.
Ainda saboreio essa ilusão que abranda a minha verdade.
A minha realidade, que tanto desprezei.
Você ainda me salva dela.
Oh! Meu doce sonho.


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