16 de jun. de 2011

Solidão

Solidão!
Que tanto me incomodou.
Que tanto me fez chorar.
Que tanto me angustiou.
Estar sozinha era uma tortura, na qual eu me fiz sofrer.
O silêncio que enlouquecia. O tédio que me sucumbia.
Nada além de tristeza. Meu pranto ninguém ia ver.
A vontade de gritar. Paredes a me vigiar.
O riso que não existia. A graça que em nada tinha.


Solidão!
A qual me adaptei.
Que passei a ignorar.
Que nunca mais questionei.
Estar sozinha era normal, já não mais temia.
O silêncio que eu ignorava. O tédio que não importava.
Nada além de adaptação. Meu pranto já não existia.
A vontade de gritar. E ninguém pra incomodar.
O riso que eu não queria. A graça que não pedia.

Solidão!
A quem me apeguei.
Que passei a adorar.
Que nunca mais deixei.
Estar sozinha era um presente, que muito agradecia.
O silêncio que eu adorava. O tédio com quem eu brincava.
Nada além de satisfação. Do meu pranto agora, eu ria.
A vontade de gritar. E eu gritei até cansar.
O riso que não impedia. A graça que em tudo via.


14 de jun. de 2011

Consciência

Por essas vielas tão escuras, onde ando com os olhos no céu.
Onde as sombras predominam, e todos buscam um feixe de luz.
Vago sem ligar para as formas horrendas que me perseguem e me transformam em réu.
Todos esses vultos que tentam me intimidar, são apenas vozes do meu passado que buscam vingança.
O medo que estampa e deforma todos esses rostos iguais.
Chegam a se perder em busca do perdão que negam a si mesmos.

E nesses prédios mais altos que causam vertigem. Altos como se quisessem as estrelas para si.
A luz. A luz garantida. A luz que não se apaga e nem se perde.
Por que tanto medo do escuro? As coisas não mudam quando você não as vê.
Se for das ilusões que você foge, não as busque vagando sozinho a noite.

O silêncio que ensurdece e enlouquece os mais puros de consciência.
E as vidas que aos poucos vão sendo deixadas para traz.
Tudo cada vez mais escuro, e eu sem encontrar o caminho.
Sem saber se o quero encontrar.
Mas levo comigo as desculpas e o perdão. Por que não sei o que me espera pela frente.
E esta escuridão, que me afeta, mas que não desprezo.
Vai perdendo cada vez mais minha atenção.
Por essas vielas tão escuras, onde ando com os olhos no chão.

6 de jun. de 2011

Meu Doce Sonho

Por que eu tanto me iludi?
Ah doce ilusão. Ah doce sonho.
O impossível me ostentava. Uma vida que não era minha.
Nem sequer existia.
Não! Não existia! E isso era o que mais me torturava.
Se ao menos fosse real...
Por muito tempo me sufoquei em projeções do seu ser.
Fugas da realidade.
Você era minha droga.
E então nada mais fazia sentido.
Eu estava sucumbindo ao desejo de te ter.
Você, meu terno personagem, que me acalentava a alma.
A miragem que meus olhos projetaram.
Queria acordar da vida real.
Sim, eu queria que a vida real fosse um sonho. Mas não era.
Tudo era pouco.
A sua perfeição me subiu à cabeça.
E de repente eu vulgarizava o defeito de todos.
Esses meros seres humanos, que me perturbavam a cada gesto.
Ah você!
Você era a sombra que me perseguia. E que eu amava.
Fui me apaixonar pela visão de um sonho.
Fui enlouquecer pela tentação do irreal. Do surreal.
O que mais eu poderia fazer?
Você me rendeu. E eu me entreguei completamente. Passei dos limites.
Foi difícil acordar.
Por que acordar, se o sonho é melhor do que sua própria vida?
Não fazia sentido para mim.
Eu queria olhar nos seus olhos, queria fazer parte da tua vida.
Uma vida de mentira.
Um conto que me parecia criado só para entorpecer o meu ser.
E a agonia das palavras! Essas eram o que me faziam ter raiva.
Ouvir as pessoas dizendo que era uma mentira, uma invenção.
Mas uma hora temos que acordar.
Uma hora temos que ouvir.
Mesmo que tudo esteja preto e branco, é o nosso próprio filme que temos que viver.
Mas ainda te quero. Ainda tenho recaídas.
Ainda saboreio essa ilusão que abranda a minha verdade.
A minha realidade, que tanto desprezei.
Você ainda me salva dela.
Oh! Meu doce sonho.


5 de jun. de 2011

Tudo isso que vivemos

São coisas que temos que aprender...
Coisas nas quais não consentimos, mas que acontecem.
São coisas que doem no peito. Que ferem a alma.
E mesmo assim, a vida nos obriga a engolir.
As pessoas nos obrigam a calar.
As circunstâncias nos obrigam a camuflar.
Essas dores que carregamos, e que temos que guardar, porque as pessoas nos forçam a ser seres receptivos, máquinas que não reclamam.
São coisas que temos que aprender...
Coisas nas quais nós nos agarramos.
Verdades que defendemos além da razão. Mas que nem sempre são verdades.
A vida esfrega as coisas nas nossas caras, sem dó.
E chorar é inevitável.
Porque as pessoas são cruéis. Nem todo mundo aceita quem questiona.
E isso machuca.

Mas ainda assim, o que temos que aprender...
É o discernimento. O que nem sempre é fácil.
No mundo em que vivemos, é difícil separar as coisas boas das ruins.
Mas temos que tentar.
Sempre vai ter quem não queira o seu bem.
Mas temos que acreditar nas pessoas.
Não podemos deixar de acreditar nelas, porque se não, tudo perde o sentido.
Devemos defender sim as nossas verdades.
Mas temos que aprender que quando a estrutura está caindo, é melhor nos mudarmos. Mesmo que naquela estrutura, esteja tudo no que acreditamos por uma vida inteira.
No mundo dos ‘homens’, o “para sempre” não existe, o “nunca” também não.
Mas ainda assim, o que temos que aprender...
É que nada é fácil. Mas tudo é possível.
O positivismo não leva a nada, mas o negativismo também não.
E o que não podemos querer, é ficar parado.
É nos alienar, e ser mais uma pessoa com olhos e ouvidos fechados.

Temos que aprender a evoluir.
E para isso usar tudo o que a vida nos oferecer.
Seja bom ou ruim.
Tudo é aprendizado.
Não escutar quem diz que a vida é inútil.
Mas não julgar ela por dizer isso. Ela não é você. E nem deve interferir nos seus pensamentos.
Que se dane o resto. Eu quero subir na vida, e não nas pessoas.

1 de jun. de 2011

Meu Amigo

Você não sabe como eu sofro por te machucar assim, meu amigo.
Mas como eu posso não machucar, se eu te amo, e não é do jeito que você me ama?
O pior de tudo, é a incerteza, são as indiretas que eu tenho que fingir não entender, são os olhares que me constrangem, os elogios que me fazem sentir mal.
Como eu queria gostar de quem gosta de mim, como eu queria não gostar de quem não gosta de mim.
Mas se eu pudesse, meu amigo, eu mandaria no meu coração. Poria um pouco de juízo nele.
Você não sabe, que um dia eu gostei de você tanto quanto gosta de mim.
Que eu também sofri nos braços da dor e da dúvida.
Mas eu arranquei esse sentimento que em mim estava nascendo.
E fui tão eficiente, que por mais que eu tente, já não consigo te dar uma chance.
Serei gentil contigo meu amigo. Prometo tentar não lhe magoar.
Mas peço que não nos torture. A mim, declarando-se constantemente. E a ti, alimentando o coração com esperança.
Quero que saiba que gosto muito de ti. E farei por você, quase tudo o que me pedir.
Só não peça pra mentir. Isso, eu não posso.
Como te chamar de "meu amor", se um dia te chamei de "meu amigo" ?


27 de mai. de 2011

"Sonho"

"Olho pela janela e vejo folhas secas no meu jardim, mas também vejo flores, o que quer dizer que há esperança.
À noite, admirando a lua, eu me espanto com o que sinto. Sei que não há como existir amor entre um astro que brilha à noite, e uma alma que anda só pelas ruas, e só brilha quando existe a luz do sol.
Amor impossível, inventado; talvez para me confortar, e saber que existe encanto num jardim de folhas secas, ou no luar de uma noite sem fim.
Tento me iludir, e tirar os pés da realidade; olho para o horizonte e começo a imaginar o que lá existe. Sombras. Luz.
E então choro, me desespero, pois me dou conta de que o encanto acabou. E que a vida continua, da onde nunca parou."

26 de mai. de 2011

O Amor que não Existe

Tudo aconteceu muito rápido.
Eu estava vivendo. Estável. Inerte.
Não precisava de nada além do que eu tinha.
Não sabia o que era o amor.
E nem me interessava, amor era coisa de televisão.
Era uma coisa feita para todos, menos para mim.
E então um dia você surgiu, e eu nem lembro mais como.
Lembro da vergonha. Da inquietação. Das mãos suadas.
Mas você não sabia. E quando me abraçava, estava tão perto de mim quanto distante.
Eu lutava contra isso. Não tinha esperança. Mas algo em mim, não se importou com o meu realismo. Ignorou minha inteligência.
Então aprendi a conviver com esse sentimento, que tinha infectado a minha alma.
Estava tudo bem. Eu me torturando olhando o seu sorriso, e você nem desconfiando.
Mas uma onda veio, uma onda muito forte. E sem que eu percebesse, ela destruiu sem dó, o meu frágil castelo de areia.
Eu estava frente a frente com você, enquanto sua boca procurava a de outra pessoa. Seus braços, seguravam outra pessoa.
Sofri muito mais do que eu achei que fosse sofrer quando visse isto. E eu tinha certeza de que um dia veria.
Chorei sozinha, gritei por dentro, até cansar. Até o meu corpo não agüentar mais.
E o pior, era fazer de conta que nada tinha acontecido. Era ter de olhar nos seus olhos, buscando fazer a expressão mais normal possível. Era impedir que as lágrimas da minha alma, saíssem pelos meus olhos.
Depois de um tempo, você se foi da minha vida. E o machucado foi parando aos poucos de sangrar.
Mas depois de tudo isso, de tanto sofrimento mudo...
Eu ainda não sei o que é o amor.
Eu ainda acho que é coisa de televisão.
Eu ainda acho que é uma coisa feita para todos, menos para mim.
Porque descobri que o amor, só existe em toda a sua essência, quando vem de DUAS almas.